Era1859. Robert Chesebrough, um químico anglo-americano, começou sua carreira refinando óleo de baleia para produzir querosene. Com a descoberta do petróleo na Pensilvânia, o detentor de um olhar incomum, abandona o negócio com óleo de baleia, o “NFT do século XIX”, e invade campos petrolíferos. Operários esfregam uma gosma preta, resíduo de broca, Lôdo mesmo, em feridas abertas. Percebeu o óbvio tóxico: se brutamontes confiam nisso, burgueses pagariam fortunas. Pesquisa etnográfica bruta, sem algoritmo.
Dez anos no laboratório. Refinou o petrolato até virar geleia. Batizou de “Vaselina” — Wasser (água) + elaion (óleo). Nome genial, mas a validação do seu MVP era psicopata: queimava o próprio braço com ácido, ateava fogo, aplicava o creme e gritava “Olhem minha pele de bebê!” em praças nas cidades por onde passava. Teste de usabilidade com risco de morte.
Eis o growth hacker pré-digital: distribuía amostras grátis para médicos — influencer marketing primitivo. Declarou a vaselina “cura para 666 males”. Mentira ou slogam? Ambos. Mas colou. Até exploradores do Polo Norte entraram no estudo de caso. Coletava cartas de agradecimento para análise de sentimentos manual. Virou o “Shein da saúde” em 1880.
Segredos desenterrados por inteligência de mercado:
– Descobriu o produto onde ninguém olhava: no Lodo. Observação in loco > dashboards.
– Validou com dor literal. Hoje, usamos testes A/B não sádicos.
– Anteviu crises: quando reclamaram do petróleo, lançou versões “naturais”. Pivotou como uma startup Ninja.
Chesebrough morreu aos 96, tomando uma colher de vaselina por dia. Seu legado? Dados são o novo petróleo, mas só vale se refinados com ousadia.
Quer sua vaselina? Pare de scrollar. Vá ao campo. Observe clientes reais esfregando soluções porcas. Colete dores não-ditas. Teste protótipos com o fervor de um alquimista (sem ácido). Cruze dados de vendas com tendências culturais. A próxima revolução está nos cantos sujos que seu CRM ignora.
Comece agora: escolha UM ponto de vida. Fique 2 horas. Anote cada gesto, cada impropério. Inovação nasce quando você troca o PowerPoint pela trincheira.
Faça como Chesebrough (sem o ácido): Enxergue oportunidades onde outros veem Lodo. Sua próxima “vaselina” está a uma pesquisa de mercado de distância. Fale com a Duplamente Inteligência de Mercado.